quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Dialética do Amor X Razão

Tão certo quanto o ar que respiro é o sentimento que me toma a alma...Sim, tenho certeza! Temia que acontecesse, relutei, neguei, sei lá!!! Mas me vejo envolvida no contexto hegeliano da Dialética do Amor!

Observando as questões apresentadas por Hegel,  dialogando acerca do caminho percorrido pelo pensamento humano desde que o homem libertou-se da forma mítica de conceber o mundo até a atualidade, percebe-se que há duas vias possíveis para que que nós possamos explicar, ou pelo menos tentar explicar, a realidade (suposta) que nos rodeia. Uma que, segundo a qual, há um elemento universal e estático a determinar tudo o que existe. A outra, contrariamente, mostra-nos uma realidade em constante transformação.

De acordo com o primeiro conceito, a obra literária é vista como expressão dessa unidade universal e absoluta, o que implica que haja em todas as obras, de qualquer tempo ou cultura, algo que poderá ser reconhecido por todos os seres humanos, também de qualquer tempo ou cultura.

O segundo conceito, no entanto, defende  uma visão em que a obra aparece como única em cada época ou sociedade em que for concebida, não possuindo uma essência universal. Kant e Hegel, dois filósofos alemães do século XVIII, divergiam a esse respeito, eu ainda estou pensando e analisando  com quem "concordo".  O primeiro acreditava na existência de uma verdade universal e inatingível para o homem. O segundo, por outro lado, defendia a idéia de que todas as verdades são humanas e basicamente subjetivas, assim como outros inúmeros autores também afirmam.

Enquanto filósofos anteriores tentavam determinar critérios para o que o homem pode saber sobre o mundo, sobre as idéias e tudo mais, estabelecendo premissas atemporais para o conhecimento humano sobre a realidade, Hegel afirmava não ser possível concebermos essa atemporalidade, pois as bases do conhecimento mudam de geração para geração, tornando-se impossível, portanto, a existência de verdades eternas.

Segundo a concepçãoe filosofia hegeliana, a razão não pode ser desvinculada do tempo. Ele tem razão!!!! Assim, Hegel desenvolveu uma forma histórica de pensar, segundo a qual, uma filosofia ou pensamento não podem ser separados do seu contexto social e histórico e dessas idéias também alimenta-se a teoria marxista que fundará (ou afundará) o materialismo histórico dialético. Viajei legal!!!! Aonde quero chegar???? Sei não!!!!

Fora do processo histórico não existem critérios que possam decidir sobre o que é mais ou menos verdadeiro e racional, a razão é um processo dinâmico. Dessa forma podemos afirmar que a filosofia hegeliana não se volta para o entendimento da natureza mais profunda da existência, mas sim, para um pensamento produtivo, através de um método (dialético) que visa à compreensão do curso da história. A razão humana é progressiva, ou seja, caminha conforme o progresso da humanidade, acrescentando sempre algo de novo ao que já existe. Um pensamento, geralmente, formula-se a partir de outros anteriores, para ser contrário por outros no futuro. Surgem assim, duas formas opostas de pensar criando uma tensão, que será quebrada com o aparecimento de um terceiro pensamento formulado, sintetizando os pontos positivos dos dois anteriores, dando forma à dialética hegeliana. Se a realidade está impregnada de opostos e contradições, a descrição dessa realidade deve revelar, obrigatoriamente, esses opostos e contradições. Ou seja, descobri aonde quero chegar... Razão, refúgio seguro...Agora não é mais aonde e sim onde...

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