domingo, 14 de novembro de 2010

Jogos Mortais e minha curiosidade epistemológica...

Nossa!? Podem questionar, Eu, uma intelectual com mania de "resenhar" sobre tudo e agora versando sobre o filme de terror mais batido dos últimos tempos, sim pois a crítica alerta: “muito cuidado com os subtítulos que você lê por aí, principalmente os que prometem acabar com a história”. Eles só serão verdadeiros quando a série deixar de ser lucrativa. E Jogos Mortais - O Final que estreou em primeiro lugar nas bilheterias dos Estados Unidos, arrecadando o suficiente para superar seus custos de produção (24 milhões x 20 milhões) não fugirá a essa regra pois já não é novidade nos filmes “seriados” de Jogos Mortais, a lógica do maquiavélico serial killer Jigsaw.


Sim, Jogos Mortais passa a ser agora meu foco de análise e para situar bem as questões que vou levantar, tomarei como base as memórias e algumas imagens do filme, que dizem ser o último, mas DUVIDO D Ó DÓ!!!!!


Bem, o fato é que eu fui ao cinema. Têm sido meu programa de fim de semana dos últimos dois meses, junto comigo a minha filhota de 13 anos mas, ninguém questionou na entrada, apesar da censura ser 18 anos. O moço estava focado no pedido de carteiras de estudantes... Fiz questão de convidar minha amiga, um certa recente seguidora, Lioli seu pseudônimo. Ela por sua vez levou o seu amado “Romeu”. Pasmem, ele blefa melhor do que eu. Apresentou a identidade e contra cheque de professor e garantiu a meia entrada dele e da “Julioli”. Entendi que a interpretação do moço do cinema foi “cara metade”.

O que eu não entendi, foi em relação a primeira cena do filme, mas dizem que filme de terror não tem nada para entender, são pensados com o objetivo único de fazer o espectador ficar com os olhos “presos, fixos” na tela... Sei não mas, essa cena é tão batida, um linda jovem, “gostosa” segundo a versão masculina utilitarista, presa, vítima do homem mal que á prende em uma máquina "bem malvada" que logo, logo vai transformá-la em “picadinho”. Sim, os homens devem realmente ficar vidrados quando o assunto é mulher e comida, alguns aliam uma a outra e terminam... Gordos, oras!!!!

Voltando ao foco, então, nossa dedução foi: “Agora ele vai jogar pra todo mundo ver! Eita que massa! Ninguém pode fazer nada! Eita, eita e?!”. Resultado, cena inicial totalmente desconectada do totalizante do filme...

Real mesmo foi o contexto da cena, aproveitando o ensejo para colocar o homem na condição de “burro”, no estilo Shrek (Lioli entenderá) e então retrógado na visão Thundercat (aquela além do alcance) volta a velha e má condição, homens aliados e mulheres, danem-se.
             
                   
A jovem tinha um caso com os dois rapazes ao mesmo tempo,  e no contexto de enganados e traídos é óbvio, "jogadores" perfeitos. Lá estão os "pobres" coitados, expostos em uma caixa de vibro ao estilo Big Brother Brasil e a decisão foi, vamos unir forças e matar a vagabunda! Sim, em comparação com os princípios do filme, claro. Roupa é sinal de caráter e poder é a mensagem nas "entrecenas" se analisarmos bem, observem cada personagem, isso é, se depois desse “relato” ainda sentirem vontade de  assistir ao filme, que as outras mulheres foram igualmente mortas mas os comentários sobre elas, detalhe, todas muito bem vestidas, longe passaram das palavras destinadas a jovem e atraente “moça” do início.

Algo de familiar nessa cena??? Sem comentários...
Sutil e delicada forma de “calar a boca”... E o castigo é... Assistam o filme!
                                                                                             

Continuando, como o próprio filme insiste em reforçar, o jogo continua e nada há de novidade a meu ver. Os locais são aqueles mesmos “labirintos”, o local que desde a primeira versão do filme é retomado, continua sendo uma incógnita e até o final é assim mesmo... A história, caso alguém realmente se interesse por este tipo de "detalhe", segue o que vinha sendo revelado a cada novo capítulo da série, “batida” ao meu ver e com um sutil exagero de irrealidades, sangue e supostos pedaços de gente (tá vendo que um pé cortado não ficaria seco e sim cheio de bichos que comeriam tudo e no final só restariam os ossinhos, me poupe Srº diretor Kevin Greutert).
Com a morte de Jigsaw, o detetive Hoffman continuaria sua missão de ensinar uma lição às pessoas. Mas desde o episódio anterior ele está fora de controle e agora está assassinando pessoas que podem ajudar a incriminá-lo. É o caso da ex-esposa do Jigsaw, Jill, que corre atrás do policial da corregedoria Matt Gibson atrás de proteção e imunidade em troca de informações que levarão Hoffman para trás das grades. Daí já dá para imaginar a trama, para varia a imunidade que não é imune a nada (para entender basta pensar na realidade de nosso país quando o assunto é proteção de vida).

Paralela a essa caçada, me parece que Hoffman arma contra Bobby, um falso sobrevivente das armadilhas de Jigsaw que está usando sua experiência mentirosa de superação para lucrar em cima, se tornando um guru da autoajuda, autor de um livro bestseller, queridinho dos programas de TV ao gênero Maria Gabriela, e que em breve lançará um documentário.

De uma só vez, Hoffman desarma todo o rentável esquema montado por Bobby, colocando-o em uma corrida contra o relógio que envolve sua assessora de imprensa, a advogada, o empresário e a esposa. É a velha desculpa para apontar afiadas pontas de metais na direção da câmera e ver quem aguentará ficar com os olhos abertos vendo todo o estrago que as armadilhas conseguem produzir no corpo humano. Eu fiquei sim de olhos abertos e prestando atenção nas cenas sem sentido, nas fileiras abaixo, no amado da Lioli fazendo cara de agonia, no chocolate que teimava em ficar no meu colo e corria o risco de ser devorado, na tela do cinema, sala 02 mais precisamente, que apresentava certos “rabiscos”, etc. Tenho curiosidade epistemológica viu! Mas no filme mesmo, por exemplo o cara leva um golpe de um objeto perfuro-cortante em sua garganta e retira tal objeto e segue na perseguição da responsável pelo ato e nem um “pinguinho” de sangue sai do ferimento. Nem comento o fato de costurar sem anestesia o próprio rosto quase dilacerado e sequer apresentar aspecto de dor... Me poupe mesmo...

Curiosidade epistemológica é fundamental, então... Sintam-se a vontade quando decidirem assistir Jogos Mortais – (N)O final (de semana)!!!!!!!!

Todas as imagens aqui apresentadas encontram-se disponíveis no endereço: http://www.araraquara.com/imagens/ensaios/2010/11/05/filme-jogos-mortais-o-final.html